É com satisfação que trazemos à lume, uma vez mais, esta publicação - agora, revista e ampliada. Temos tamanho apreço por este trabalho que decidimos dar “novos ares” a ele, atualizá-lo. E, nesse interim, desfrutar da companhia da obra de D. Afonso.
 
Acrescentamos mais de uma dezena de imagens, sendo que grande parte são iluminuras historiadas, capitulares e fólios com as notações musicais e os textos das Cantigas. Apesar da internet disponibilizar muito material relativo a essa obra de Afonso X, ainda é parca a disponibilidade confiável das fontes iconográficas. Por fim, fazendo jus ao pensamento afonsino de interrelação entre música, literatura e pintura, incluímos dois links de esplêndidas interpretações musicais de um Louvor e de uma Cantiga.
 
Adicionamos dezenas de outros trabalhos de pesquisadores, alguns entre eles são referência nos estudos medievais, como o trabalho de Suzanne Lewis sobre as narrativas visuais na Idade Média românica e gótica; e outras nos estudos alfonsíeis, a exemplo do estudo de Joseph F O’ Callaghan, Alfonso X and the Cantigas de Santa Maria: a Poetic Biography - cedido pela saudosa Ângela Vaz Leão.
 
Além das costumeiras revisões textuais e nova diagramação, incluímos algumas fontes primárias, como as obras de Agostinho: A Cidade de Deus e Confissões. Para o medievalista francês, Jacques Le Goff (1924-2014), o conjunto da obra agostiniana teve longa influência em todo período medieval, em que cada autor o interpretou a seu modo. Aproveitamos para atualizar as referências dos textos e das imagens, tendo em vista que, por mais que pensemos o contrário, milhares de websites desaparecem da internet, inclusive, site oficiais. Nosso objetivo é proporcionar ao leitor uma facilitada busca por tais imagens, entre as quais, grande parte já está disponível na internet - com exceção de outras que, lamentavelmente, o Google ainda não descobriu, como a enigmática Virgem com o Menino reproduzida na Imagem 51. Acrescentamos igualmente outras imagens, pois, na pesquisa acerca do medievo, das Cantigas ou do Rei Sábio há um constante fluxo de descobertas ou a disponibilidade virtual de iconografia antes conhecida somente em livros: um exemplo é a bela letra capitular reproduzida da Imagem 13, onde aparece o próprio Afonso X recebendo El libro de las formas e de las imágenes, um dos livros criados a seu mando na mesma época de produção das Cantigas.